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Mesmo morta, garota Ana Clara leva cusparada da governadora

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O Maranhão está atraindo empresas e investimentos. Um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes. (Roseana Sarney, O Globo)
Ana Clara
Ana Clara, de 6 anos, assassinada em São Luís
Frederico Luiz

Agora a tarde, em frente aos holofotes da mídia e diante da grave crise na administração penitenciária do Maranhão, a governadora Roseana Sarney deu uma aula de economia, segurança e geopolítica, tudo junto e misturado.

A frase acima, creiam, é um verdadeiro axioma da pós-modernidade. Será estudada por muito tempo.

O maranhense está envaidecido, orgulhoso. Afinal, graças ao crescimento assombroso do nosso estado, enfrentamos as cabeças decepadas, policiais e detentos assassinados, delegacias e postos de polícia metralhados.

Todos dormem felizes.

Mas, neste momento de êxtase, é preciso estar solidário com nossos irmãos do outro continente. Suecos e Holandeses estão mais pobres, coitados.

O País Nórdico fechou em novembro do ano passado, quatro prisões e um centro de detenção por falta de prisioneiros. Tadinho deles...

Países Baixos, tinham 14 mil vagas nos presídios até o fim de 2013 para uma população de 17 milhões. Porém, apenas 12 mil para ocupar suas celas. Pobrezinhos, em processo inverso ao gigante Maranhão, também tiveram de fechar cadeias no ano passado, a exemplo da Suécia.

A governadora do estado ao proferir em alto e bom som a frase acima, insulta a garota de 6 anos, Ana Clara, morta com 98% do corpo queimado após ataques de uma facção criminosa na sexta-feira, 3. Mesmo assassinada e já enterrada, foi como se o seu corpo sem vida recebesse uma cusparada.

Quem deve estar rico mesmo é o Palácio dos Leões que promove uma licitação que inclui wkisky 12 anos e vinho enquanto a segurança pública vive sua pior crise.

Esse é o retrato do Maranhão.

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