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Gustavo Fleury é entrevistado por Robert Lobato, veja a íntegra:

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Guga Fleury (centro, sentado) chega a São Luís para curso de marketing político
Robert Lobato

São Luís, MA - O Blog do Robert Lobato entrevistou com exclusividade o jornalista, consultor, especialista em comunicação e marketing, Gustavo Fleury, que nos dias 9 e 10 de agosto próximo estará em São Luis para ministrar o curso de Marketing Político Estratégico.

Ao blog (Robert Lobato), Fleury falou sobre erros comuns cometidos por candidatos em época de eleição, a importância das pesquisas eleitorais (inclusive as feitas a mais de um ano das eleições), o uso das palavras “mudança” e “renovação” para seduzir o eleitorado e, claro sobre o curso que acontecerá na capital maranhenses em augusto.

“O curso tem o objetivo de qualificar todos que de uma forma direta ou indireta estão ligados ao processo político e eleitoral : políticos, candidatos, assessores, jornalistas, publicitários, advogados, cientistas sociais, chefes de gabinete, coordenadores de campanha, cabos eleitorais e os mobilizadores da web. Ele já ocorreu mais de 30 vezes no país, e terá no segundo dia algumas atividades práticas, como a montagem de uma campanha eleitoral”, explicou.

Para obter mais informações sobre o curso acesse a página www.gugafleury.com.br, ou ligue para o telefone (19) 8347-7780. Ou ainda por meio do correio eletrônico cursomarketingpolitico@gmail.com.

A seguir a entrevista com o “marquetólogo” - ele prefere este termo a “marqueteiro” – Gustavo Fleury:

Você costuma dizer que existe marketing político e marketing eleitoral? Há necessidade desta distinção?
Sim, na verdade o marketing político se distingue em eleitoral, pós-eleitoral e institucional. O primeiro é para quem não tem mandato ou deseja reeleger, e trabalhamos muito com elementos de persuasão (propaganda) e convencimento, não há muito tempo para o candidato comunicar-se. Já o segundo, é para trabalharmos o mandato de alguém que já conquistou um determinado poder e aí poderá manter o grupo de votantes que já tem ou então ampliar para outras esferas. Aí trabalhamos muita comunicação, pois há tempo e um planejamento com mais folga de tempo. Infelizmente, a maioria dos políticos se esquece deste segundo tipo de marketing político, e na verdade é o mais importante (para quem tem mandato, ou mesmo para quem deseja ocupar algum cargo e não possui visibilidade). Por último, o chamado marketing político institucional, em que não mais pensamos em atores políticos, mas sim em associações, sindicatos, partidos, agremiações, é a instituição que será trabalhada para apresentar uma melhor imagem, formato e conteúdo de comunicação, adequação com o público-alvo etc.

  • Guga Fleury Obs (2) O interessante do programa é que além de apresentar os resultados de uma forma muito organizada, ainda consegue apontar estes dados estatisticos importantes a um político - isto é, saber qual a repercurssão (quanti e quali) do que ele está publicando, divulgando...
  • Guga Fleury Obs (1) Novamente FLAVIO DINO sai na frente, uma vez que dentre todas as fan pages analisadas (e comparadas) ele é quem deteve as postagens com maior de likes (veja ao lado compartilhamentos e comentários)

Os críticos afirmam que o Marketing na política transforma candidato em “produto de venda”, e cidadãos em “consumidores”. Como você avalia essa crítica?
A afirmação está certa e errada ao mesmo tempo. Correta porque existe uma demanda de mercado (quem irá votar), e estes precisam escolher alguém que satisfaça suas necessidades, desejos e anseios. No entanto, conforme pesquisas científicas realizadas, o processo de decisão do voto não é o mesmo da escolha de um sabonete num supermercado. Para cada tipo de decisão do indivíduo, há uma região do cérebro que é ativada. Além disso, sabonetes não falam, não transmitem emoção, não tem esposas, e não são avaliados conforme seu relacionamento interpessoal…

Atualmente fala-se que tempo de TV e Rádio são “ouro” numa eleição. Há uma duração ideal de tempo no horário eleitoral gratuito?
No geral sim, há estudos que indicam que os eleitores tendem a acreditar que aqueles que mais aparecem tem mais ‘’ força’’ e chance de ganhar. Mas não é sempre assim, é preciso saber utilizar bem o tempo disponível que se tem. Em 2010, Marina Silva tinha menos de dois minutos e conseguiu 20%. Soube usar bem a internet, justamente para ampliar a atenção sobre ela e a comunicação com os eleitores, sobretudo a juventude, a classe média e alta dos grandes centros. Quem trabalha com TV e Rádio numa campanha sabe que é muito difícil também levar adiante um bom conteúdo com muito tempo, não é moleza…No curso que iremos ministrar falaremos disso, contando alguns ‘’causos’’ interessantes.

Na sua atividade de marquetólogo, quais os erros mais comuns de candidato durante uma eleição que você apontaria?
Existem vários, mas podemos apontar como os principais : achar que já ganhou a disputa; formar um grupo de pessoas despreparadas para comandar a campanha e que mais bajulam do que apontam falhas; não prever os custos do processo ou não saber gastar adequadamente; não fazer pesquisas (qualitativas também; e talvez este seja o principal erro do início de uma campanha); não cuidar das pessoas que embora estejam mais distantes (cabos eleitorais, chefe de comitê, trabalhadores de rua, etc) são as mais importantes pois vivem na cidade onde estão trabalhando e são grandes influenciadores; e por último, não prever as sacanagens que poderão acontecer (não se vacinar antes do processo, e não saber responder aos ataques).

Qual a importância das pesquisas a mais de um ano das eleições? Tem algum efeito prático?
As pesquisas são a bússola do processo político/eleitoral. Quem começa uma disputa ou um mandato sem realizar pesquisas é como não dar bola para uma simples mancha na pele e depois de 06 meses saber que o câncer já está em metástase, e que não há mais nada a se fazer.

Há um ano da eleição, existem vários tipos de pesquisa que devem ser feitas, tanto para aqueles que tem mandato (e vão pra uma reeleição) quanto pra quem nunca disputou um cargo na vida. E o mais importante nesse momento é avaliar como a pessoa, suas realizações (mandato ou pessoais, públicas) tem sido percebidas até o prezado momento, se há rejeição e o tipo (para criar vacinas), o nível de conhecimento (e a forma como se dá) perante o eleitorado focal, etc. Outro tipo de pesquisa importante é a que chamamos de ‘’testagem de cenário’’ (saber se o nome será bem recebido, seja de um candidato a governador, ou mesmo o que vai a vice na chapa). As chamadas ‘’pesquisas de percepção’’ cumprem um ótimo papel para as campanhas em geral, principalmente para quem não tem muito dinheiro. São baratas, fáceis de serem feitas e com resultado rápido (elas traçam um raio x qualitativo do candidato e seus principais concorrentes). No curso falaremos muito sobre elas na parte sobre pesquisas.

Infelizmente a maioria dos políticos desconhece qualquer pesquisa que não seja quantitativa e acredita que sua aplicabilidade só serve durante uma campanha pra medir ‘’quem está na frente e quem está atrás’’. Fazer uma pesquisa desse tipo (intenção de votos) agora, nessa altura do campeonato, é a mesma coisa que sair na rua e perguntar pras pessoas qual a marca de geladeira que primeiro vem na mente delas. Evidentemente, que elas poderão falar a marca X (é o que ela lembra, o chamado recall), mas quando forem a uma loja, não necessariamente comprarão a X. Elas poderão escolher a Y, Z, W, e assim é com a política. Vê-se o exemplo da última pesquisa feita para a presidência da república. O Lula nem é candidato e está em segundo lugar….

Palavras como “mudança”, “renovação”, “novo” são muito usadas pelos candidatos. O uso destes termos ajuda mesmo ou é mito?
Depende muito de como é colocado, da situação, do momento social e político. Em 2008, Obama veio com a ideia forte da mudança ‘’Yes, we can change’’. Mas ele não inventou isso ou tirou da cabeça de um publicitário criativo, era um sentimento latente dentro da sociedade, naquele momento. Todavia, há muitos candidatos (principalmente os novatos, ou aqueles que são jovens) que acreditam em sedução do eleitorado com o mote do ‘’sou o novo’’, ‘’vote na renovação’’. E a população não quer saber se você é o novo, ou a renovação, quer saber se irá resolver os problemas dela, da cidade, do bairro, se possível até da rua.

Fale um pouco do curso que você ministrará nesta semana em São Luís?
Recentemente realizamos um trabalho muito positivo numa campanha vitoriosa a prefeito no interior do estado, mas nunca tínhamos vindo antes a capital. A contar pelo número de inscritos (já estamos caminhando para o término das vagas) e das ligações e e-mails que recebemos, será um evento muito proveitoso e qualificado também, já que contaremos com a presença de vários profissionais das áreas de comunicação e política.

O curso tem o objetivo de qualificar todos que de uma forma direta ou indireta estão ligados ao processo político e eleitoral : políticos, candidatos, assessores, jornalistas, publicitários, advogados, cientistas sociais, chefes de gabinete, coordenadores de campanha, cabos eleitorais e os mobilizadores da web. Ele já ocorreu mais de 30 vezes no país, e terá no segundo dia algumas atividades práticas, como a montagem de uma campanha eleitoral.

Sem dúvida será a temática da internet, mais precisamente as ferramentas e estratégias para o mandato dos políticos e os candidatos em 2014. Toda essa mobilização, manifestações que temos vivido nas últimas semanas, passa necessariamente pelas redes sociais, e o político precisa saber conhecer tudo que está ao seu alcance. Pensando nisso, estamos trazendo ao evento um sistema completo de monitoramento dos políticos, e dos principais influenciadores na web. Em nossa fan page (www.facebook.com/gugafleury) estamos divulgando alguns resultados sobre este monitoramento, em específico do Maranhão, pré-candidatos ao governo do estado, outros já com mandato em esferas diferentes…

Desde 18 de julho, página de Guga Fleury acompanha influentes no Twitter e Facebook  do Maranhão
Nota do editor da Aldeia: O original do Blog do Robert Lobato é desprovido das imagens e da reprodução do Facebook de Guga Fleury.
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