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O PaísKuala Lumpur, Malásia - Os Cientistas que pesquisam o tratamento para o HIV apresentaram notícias encorajadoras durante uma conferência sobre o vírus, que terminou nesta quarta-feira em Kuala Lumpur, capital de Malásia.
Entre as experiências discutiu-se o caso do "bebé de Mississippi". O bebé, infectado pelo vírus do (HIV) contraído no ventre da sua mãe, recebeu um coquetel de três drogas nas primeiras 30 horas de vida e por 18 meses consecutivos. Quinze meses após a terapia tripla, o bebé ainda não apresenta traços de HIV no sangue.
Também foram citados os casos de dois homens HIV-positivos que receberam transplante de medula óssea e passaram a não apresentar sinais do vírus, respectivamente, 15 e sete semanas após o término do tratamento. No entanto, estes sinais encorajadores não significam que existe uma cura milagrosa, advertem os cientistas.
Mas os novos casos revelam a possibilidade do completo desaparecimento do vírus em pacientes - um objectivo inimaginável há apenas alguns anos - ou, pelo menos, o controlo de longa duração da doença, também chamada de "remissão funcional", que acaba com a necessidade do uso diário de tratamentos anti-retrovirais.
Os tratamentos anti-retrovirais, que surgiram na década de 1990, melhoraram gradualmente, mas milhões de pacientes em todo o mundo ainda precisam tomá-los por toda a vida.
Quase 34 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV em todo o mundo, e 1,8 milhões morrem com esta doença a cada ano.
A única cura total conhecida até o momento é a de Timothy Brown, chamado de "o paciente de Berlim". Ele recebeu tratamento para leucemia e declarou-se curado depois de um transplante de medula óssea de um doador que tinha uma mutação genética rara que impedia o HIV entrar nas células.
Enquanto isso, cientistas franceses apresentaram dois estudos em Kuala Lumpur, ANRS Optiprim e Visconti, destacando a importância do tratamento precoce para controlar a infecção pelo HIV.
"Dada a diminuição significativa de depósitos nestes dois estudos, não podemos excluir a possibilidade de uma remissão funcional, ou seja, o controlo a longo prazo da infecção sem tratamento, a curto prazo pode ser obtida em pacientes tratados precocemente", destacou Jean-François Delfraissy, director da Agência Nacional de Pesquisas sobre sida e Hepatites Virais da França.
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