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RFIO governo sírio afirmou neste domingo que o segundo ataque israelense em dois dias contra suas posições militares ao norte de Damasco torna a situação regional mais perigosa e “abre a porta para todas as possibilidades”. A tensão na região aumentou neste domingo: a Liga Árabe, o Egito e o Irã condenam ações de Israel, enquanto Turquia afirma que Bashar al-Assad “vai pagar muito caro” pela repressão dos opositores na Síria.
"A comunidade internacional deve saber que a situação complexa na região se tornou mais perigosa após esta agressão" declarou em Damasco o ministro da Informação Omran al-Zohbi, lendo para os jornalistas um comunicado do governo. "O governo da República Árabe Síria confirma que esta agressão abre a porta para todas as possibilidades, em particular porque ela não deixa mais dúvida a respeito da realidade das conexões que existem entre todos os componentes envolvidos na guerra contra a Síria", acrescentou.
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Ministro da Síria, Omran al-Zohbi, ameaçou Israel |
Israel lançou neste domingo um ataque perto de Damasco, o segundo efetuado em menos de três dias na Síria pelo Estado hebreu, que alega tentar impedir uma transferência de armas para o Hezbollah libanês.
Árabes condenam Israel
Em reação, o Irã pediu hoje aos países da região que se unam contra Israel, e anunciou que está pronto para treinar o Exército do governo sírio. O Irã apoia os esforços do presidente sírio, Bashar al-Assad, para esmagar uma rebelião iniciada há mais de dois anos contra seu regime, a qual os governos iraniano e sírio dizem estar sendo desencadeada por "terroristas" apoiados por países ocidentais.O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, fez um chamado aos países da região para se posicionarem contra o "assalto", segundo informou a agência iraniana de notícias Fars neste domingo. Já o comandante das forças terrestres do Exército do Irã, Ahmad Reza Pourdastan, afirmou neste domingo que o país está pronto para dar apoio a seu aliado.
"A Síria tem um Exército poderoso e, com a estrutura e a experiência que possui contra o regime sionista (Israel), pode, sem dúvida, defender-se. Não há nenhuma necessidade de intervenção de outros países", declarou Pourdastan said, segundo o relato da Fars. "Mas se eles precisarem de treinamento, nós poderemos ajudá-los", acrescentou o comandante. O Irã nega estar apoiando militarmente o governo de Assad, mas diplomatas ocidentais dizem que armamento iraniano chega à Síria via Iraque, Turquia e Líbano.
O Egito e a Liga Árabe também condenaram os ataques efetuados por Israel na Síria, e a organização pan-árabe pediu que o Conselho de Segurança da ONU "aja imediatamente" para impedi-los. Os ataques são "uma agressão flagrante e uma violação perigosa da soberania de um Estado árabe", disse Nabil al-Arabi, secretário-geral da Liga, pedindo que o Conselho de Segurança "aja imediatamente para conter as agressões israelenses contra a Síria". A Liga Árabe concedeu à oposição síria o assento de seu país, suspenso da organização pan-árabe desde novembro de 2011 por causa da violenta repressão à revolta.
A presidência egípcia, por sua vez, afirmou em um comunicado que essas incursões aéreas eram "uma violação dos princípios e do direito internacionais e podem aumentar a complexidade da situação e ameaçar a segurança e a estabilidade da região".
Turquia diz que Assad vai pagar caro
Já o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, qualificou o presidente sírio de “assassino” e declarou que Assad “vai pagar um preço muito, muito elevado” pelo que está fazendo em seu país. “Você, Bashar al-Assad, eu juro diante de Deus que você vai pagar por tudo isso”, disse, em um de seus ataques mais frontais ao presidente sírio.Ancara rompeu as relações diplomáticas com Damasco desde que o conflito na Síria se aprofundou. Em fevereiro, Erdogan já havia criticado o regime de Assad depois de Israel confirmar ter realizado o primeiro ataque a um complexo militar nas proximidades de Damasco.
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