-->

"Adversário, principalmente quando está perdendo, tem que inventar alguma coisa", diz Roberto Rocha sobre a eleição em São Luís

Publicidade
Redação

No último dia de setembro, Roberto Rocha (Foto ao lado), presidente do PSB de São Luís-MA concedeu entrevista a O Imparcial e o Blogue a republica na íntegra.

Ele responde sobre as acusações dos adversários e mostra que o principal desafio da eleição na capital do Maranhão foi montar um grupo de oposição ao prefeito Castelo e à governadora Roseana.

Boa leitura.

Roberto Rocha fala sobre estratégias em
torno da campanha de Edivaldo Holanda Jr.

O Imparcial

Tucano de carteirinha, o ex-deputado federal Roberto Rocha e hoje candidato a vice na chapa encabeçada pelo PTC, foi de aliado e correligionário a adversário político do PSDB no Maranhão. Hoje no PSB, angariou apoio e força com o presidente nacional, o governador Eduardo Campos (PE) e conseguiu desbancar a hegemonia que o ex-governador José Reinaldo Tavares mantinha no partido.

Agora, no comando do principal partido da chapa encabeçada pelo candidato Edivaldo Holanda Jr., Rocha fala em entrevista das mudanças que desencadearam no que ele chama de “um novo campo político” de oposição no estado e chama, contundentemente, de “idiotice” e “invenção” o fato de alguns acharem que Edivaldo Holanda Jr. e seus aliados carregam a “tutela” do PCdoB, partido do presidente da Embratur, Flávio Dino, que foi, ao lado de Rocha, um dos articuladores da frente que disputa uma vaga na prefeitura. Confira abaixo a entrevista.

O Imparcial - O senhor deixou a presidência estadual do PSDB para ingressar no PSB. Não é um risco muito grande deixar um grande partido, ingressar em outro, cheio de caciques, e ser candidato a vice-prefeito?
Roberto Rocha- A mudança na política não é compulsória. Ela depende de gestos e de riscos. Em verdade, nesta eleição de São Luis, por causa da minha parcela de liderança estadual, quem mais se submeteu a risco fui eu. Mas, só pode correr riscos quem é livre. Isso é o melhor de tudo, ser livre! Agora, você não faz idéia o quanto foi difícil para mim, deixar o PSDB, por causa das minhas relações no Maranhão e no Brasil, construídas em 16 anos. Sou muito amigo do Aécio Neves e do Geraldo Alckmin. Porém, pesou mais a minha cidade, meus amigos e aliados, que foram abandonados nos três primeiros anos do atual governo. Por isso a rejeição, tanto dos eleitores, quanto dos aliados de 2008.

Como está o atual momento da campanha?
Muito bom. Edivaldo é um bom candidato. E uma boa campanha começa com um bom candidato e uma boa coligação.

Edivaldo tem uma boa coligação?
Sim. São quatro partidos com mais de quatro minutos na TV, importantes lideranças políticas, uma militância aguerrida, mais de cem candidatos a vereador e uma boa estratégia para enfrentar e vencer as eleições.

Qual foi a estratégia para esta disputa?
Simples. Primeiro, criar um campo político que levasse a eleição para o segundo turno. Depois, enfrentar e vencer o candidato do grupo Sarney, que nunca ganhou uma eleição em São Luis. E, por último, vencer o prefeito João Castelo no segundo turno.

O senhor citou três etapas. Explique melhor cada uma delas.
Em qualquer campanha o primeiro passo é o partido. Há pouco mais de um ano, todos os partidos que disputam estas eleições estavam com o prefeito Castelo, exceto o PC do B, os do grupo Sarney e os da extrema-esquerda. Os comunistas estavam isolados, porque não aceitavam aliança com o prefeito, apesar do ex-governador José Reinaldo. Deixei a presidência do PSDB, ingressei no PSB, formamos um pacto com o PCdoB, e daí surgiu esse novo campo político para as eleições de 12 e 14, com vários partidos deixando o prefeito, como por exemplo PDT, PPS, PTC, PP. Feito isso, muito provavelmente, teríamos dois turnos. Como no segundo turno tem duas vagas, uma, seguramente, seria do prefeito.

Então, nosso segundo desafio era ocupar a outra vaga, disputando com o candidato do grupo Sarney. Este seria nosso adversário principal no primeiro turno.

O terceiro desafio, enfrentar e vencer o prefeito João Castelo no segundo turno.

Dos três, qual o desafio mais difícil?
Sem dúvida, o primeiro.

O senhor deu o primeiro passo quando ingressou no PSB?
Sim. Campanha é um processo de convergência, que tem três etapas. Primeiro, no partido; segundo, entre aliados; terceiro, na sociedade. Hoje, existe legalmente pré-campanha exatamente por isso. Agora, dentro de qualquer partido existem três tipos de interesses: de partido, pessoal e político. Todos sabem que tive problemas sérios no meu partido, o PSB, que inviabilizou a candidatura própria. Contudo, mais uma vez, estou dando uma demonstração de compromisso com uma causa, com uma luta política. Essa causa tem nome: Maranhão.

Você acredita que pode vencer no primeiro turno?
Acreditamos que vamos ficar entre 36 e 40%, coincidentemente os números do PTC e PSB, os partidos que formam a nossa chapa majoritária.

Os adversários dizem que vocês estão tutelados pelo PCdoB, do Flavio Dino. Isso procede?
Veja bem. Adversário, principalmente quando está perdendo, tem que inventar alguma coisa. O Edivaldo tem uma bela história de duas gerações na política de São Luis, a do pai e a dele. Ambos foram vereadores, deputados e candidatos a prefeito. Edivaldo Junior foi o vereador mais votado de São Luis. E, na última eleição, foi o deputado federal mais votado da Capital. Eu, fui deputado por quatro mandatos, o mais votado do Maranhão, candidato a senador com quase 700 mil votos, dos quais 170 mil votos somente na Ilha de São Luis, sou presidente e o responsável direto pela participação do maior e mais importante partido da coligação.

Nunca, em momento algum, nem eu e nem Edivaldo, permitimos a canga, a tutela de quem quer seja. Há dez anos éramos do mesmo partido, o PSDB, e enfrentamos juntos, o partido, o Serra, o presidente FHC, e o ex-presidente Sarney, que queriam que coligássemos com o, José Reinaldo. Não aceitamos a tutela. Fui para o sacrifício, saindo candidato a governador. Edivaldo Holanda foi o coordenador geral da campanha e Edivaldo Junior o coordenador da juventude. Portanto, quem pensa ou diz uma idiotice dessa, ou está se enganando ou querendo enganar alguém.
Advertisemen