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Cinegrafista da Band, morto Rio gravou suas últimas imagens

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As últimas imagens que o repórter cinematográfico da Rede Bandeirantes Gelson Domingos gravou em vida serão enviadas à perícia para tentar identificar o responsável pelo disparo que o matou, informou o delegado Felipe Ettore, responsável pelo caso. Gelson morreu na manhã de domingo, após ser atingido por um tiro de fuzil no peito, durante a cobertura de uma operação policial na favela do Antares, em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro.

"A investigação está pautada em identificar o autor dos disparos, que pode ser um dos bandidos presos, um dos mortos ou, até mesmo, um outro traficante desta comunidade. Por isso, as imagens são tão importantes. Ainda não dá para saber se o tiro fatal foi disparado por um fuzil, pois a bala não foi arrecadada", disse Ettore.

Os nove presos durante a operação foram apresentados na manhã desta segunda-feira na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, na Barra da Tijuca. Entre os detidos estão Renato José Soares Nato, o BBC, acusado de ser o gerente do tráfico local; Leandro Ferreira de Araújo, o China, considerado o seu braço direito; Rodrigo Feliciano Raimundo, 24 anos; e André cassiano Carneiro dos Santos. Todos possuem passagem pela polícia.

Além deles, foram presas mais cinco pessoas que não tinham antecedentes criminais: Vinícius William da Silva Lopes, Victor dos Santos Pires, Tiago da Silva Leite, Jeferson da Silva Ferreira e um menor de idade, que não foi apresentado.

Segundo o delegado responsável pelo caso, os suspeitos serão indiciados pelos crimes de tráfico e associação ao tráfico, e podem ser condenados a até 15 anos de prisão. Jeferson, Tiago e Vítor também responderão por porte ilegal de arma, cuja pena pode chegar a 25 anos. Com os criminosos foram apreendidos um fuzil, duas pistolas, munições, drogas e um aparelho de rádiotransmissão.

Circunstâncias da morte
Gelson Domingos da Silva, 46 anos, cobria uma incursão da polícia militar na Favela do Antares, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, quando foi atingido por um tiro na região do tórax. Ele usava colete a prova de balas durante a cobertura, mas o equipamento não foi suficiente para protegê-lo. Os agentes ainda tentaram levá-lo à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Cesarão, no mesmo bairro, mas ele já chegou morto ao local.

Pouco antes de ser atingido, o repórter cinematográfico ainda teria alertado aos policiais militares que os bandidos tinham visto o grupo. A vítima tinha três filhos - um adolescente de 16 anos e duas jovens, uma de 22 e outra de 20 anos - e dois netos.

Após o incidente, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e do 2º Comando de Policiamento de Área (2º CPA) foram chamados para reforçar o policiamento na comunidade e procurar pelo autor do disparo que matou o cinegrafista. Além de Gelson, morreram Tafarel Simões da Silva, 20 anos, Maxsuam Gomes da Rocha, 20 anos, Antonio Carlos Ferreira Neto, 18 anos e Jorge Ricardo dos Santos, 22 anos. Todos os outros teriam ligações com o tráfico de drogas, segundo a polícia.

Fonte: Terra
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