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Quem tem medo de Roberto Rocha no PSB?

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Roberto Rocha pode deixar ninho tucano a contragosto de José Reinaldo
O ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PSB), em entrevista hoje, no Blog do Luís Cardoso, sobre o convite do presidente nacional do PSB para o ex-deputado federal Roberto Rocha se filiar ao partido declarou: “Quem deve ficar feliz com essa filiação, se acaso ocorrer, é a governadora Roseana Sarney, que verá mais uma vez o deputado Roberto Rocha atrapalhar o avanço da oposição no Maranhão”.

Quem não conhece a política maranhense e lê a postagem acima se confunde. E é natural.

Roberto Rocha é o atual presidente estadual do PSDB, sigla que faz oposição à presidente Dilma Rousseff.

Por aqui, a presidente tem dois times que apostam no seu governo. O esquema da governadora Roseana Sarney (PMDB) em aliança com o PT e outro campo mais a esquerda, formado pelo PCdoB-PSB e ainda setores do PT e do PDT.

Estes dois grupos disputaram a cena política do Maranhão na eleição do ano passado.

Portanto, é espantoso que o ex-governador que “em tese” faz parte da base de Dilma, mas é, verdadeiramente, oposição ao governo do Estado, trate dessa forma a filiação, ao PSB, do ex-deputado federal e ainda presidente do PSDB estadual, Roberto Rocha.

O ex-governador José Reinaldo Tavares quando decidiu romper com grupo Sarney foi visto com desconfiança por alguns setores da chamada oposição maranhense.

Ele próprio sofreu com essa discriminação. De desconfiar da sinceridade de suas atitudes e, principalmente, das palavras.

O ponto de partida é uma avaliação equivocada do ex-governador. A sua derrota para o senado no ano passado é creditada a Roberto Rocha que também concorreu ao cargo e chegou na quarta colocação. Ledo Engano.

Na eleição para o senado, com dois terços de renovação, com duas vagas, o eleitor “vincula” seu voto com o de governador. É assim no Brasil inteiro, raras as exceções, em eleições apertadas ou quando acontece fenômenos, como por exemplo a desistência de Quércia na undécima hora, em São Paulo.

É assim que “desconhecidos” vencem eleições. A surpresa Gleisi Hoffman no PR que dobrando com Roberto Requião derrotou Gustavo Fruet.

Em 1986, outra surpresa, na Paraíba, Raimundo Lira que dobrando com o Humberto Lucena venceram o todo-poderoso Wilson Braga.

E notem que as surpresas, geralmente, chegando na primeira colocação. Isso quer dizer que na eleição do senado, a grande maioria dos eleitores votam nas dobradinhas e, na quase totalidade, com os governadores que são eleitos.

O que faltou para José Reinaldo foi casar sua campanha com a de Flávio Dino. Fizesse isso, como fez o professor Adonilson (6º colocado), sua votação aumentaria. Pelo contrário, o ex-governador quis "casar" sua campanha, também, com a de Jackson Lago por meio de alguns aliados dos PSDB. Castelo fez isso também em 2006 e deu com os "burros n'água".

No entanto, mesmo que Roberto Rocha fosse, de fato, o responsável pela derrota do ex-governador, mesmo assim, ele deveria ser bem vindo ao PSB ou qualquer outra sigla da base de Dilma Rousseff e que faz oposição ao governo do Estado.

O esquema do governo do Estado, usando de artifícios diferentes, traz para seu campo, setores da oposição, como aconteceu com o ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio e mais, recentemente, com o prefeito Madeira de Imperatriz-MA.

Quem faz parte da base do governo Dilma tem o dever de saudar a saída de Roberto Rocha do PSDB, pela sua importância na sigla e pelo seu desejo claro de conquistar um Maranhão livre e justo.

Assim como o esquerdismo é uma doença infantil do comunismo, o direitismo é uma doença pré-natal do socialismo!
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