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Wellington confessou os crimes |
Somente nesta quinta-feira (14) os policiais revelaram detalhes sobre a perícia realizada nos corpos das crianças: Maiara recebeu 21 facadas e Nicole 17 golpes, todos na região da cabeça e pescoço.
Diante de dezenas de câmeras e questionamentos, Wellington respondeu apenas o necessário. Permaneceu de cabeça baixa e olhos fechados. Limitou-se a dizer que estava arrependido. Afirmou também que estava sob o efeito de cocaína e crack no momento em que invadiu a casa de sua sogra – que fica ao lado do imóvel onde ele vivia com a companheira Luciene, irmã de Maiara. Da união de dois anos nasceu uma menina, que hoje tem um ano e cinco meses.
Informado pelos jornalistas de que os moradores do Jardim Betânia desejam fazer justiça com as próprias mãos e de que os presos costumam matar acusados de crimes bárbaros envolvendo crianças, Wellington afirmou que concorda que deve morrer.
Calça foi decisiva/ Os delegados José Urban Filho e Acácio Leite, da DIG, disseram que a pista fundamental para a rápida solução do crime veio na tarde de nesta quarta-feira (13), quando os policiais foram informados de que a calça usada pelo autor do crime estava jogada em um terreno baldio do bairro.
A roupa foi encontrada com marcas de sangue e em um dos bolsos estava a chave do portão da casa de Maiara. No dia do crime Wellington abriu o cadeado do portão sem arrombamento e invadiu o imóvel sem saber que as duas meninas dormiam em seu interior. O fato de não haver arrombamento fez a polícia trabalhar, desde o começo, com a hipótese do assassino ser do ciclo de convivência de Maiara.
Usuário de crack e cocaína há um ano, Wellington, que trabalha em um desmanche da região, precisava de dinheiro para manter o vício. “Não foi vingança nem nada. Foi um furto que teve o pior desfecho possível”, diz o delegado Acácio Leite.
Após matar as duas meninas de forma brutal, Wellington conseguiu ser ainda mais frio nos momentos que sucederam as mortes. Ainda com a roupa ensanguentada ele foi para sua casa, consumiu mais drogas e, depois de se lavar, seguiu para o trabalho normalmente. Lá, esperou que a notícia das mortes viesse à tona e demonstrou estar em estado de choque ao saber que a cunhada e sua amiga Nicole haviam sido mortas.
A encenação foi muito além: no dia seguinte, Wellington foi ao velório, ficou abraçado à sogra por boa parte do tempo e consolava os familiares. O ápice de sua tentativa de manipular as pessoas que o cercavam foi uma entrevista concedida a uma emissora de televisão, na qual pedia que a população colaborasse com pistas e afirmava que, na sua opinião, o criminoso merecia morrer.
Wellington foi preso no início da noite de quarta-feira, justamente quando estava na Delegacia de Investigações Gerais acompanhando o depoimento de familiares.
Resquícios de sangue
Na casa de Wellington, com o uso de uma substância reagente, policiais encontraram resquícios de sangue na pia do banheiro, o que comprova materialmente o caminho percorrido pelo acusado após o duplo homicídio
30
Trinta dias é o prazo da prisão temporária expedida pela Justiça. Após isso, a polícia poderá solicitar a prisão preventiva.
Recusa
Nesta quinta-feira (14) pela manhã as autoridades foram informadas por presos do Centro de Detenção Provisória de Sorocaba que se Wellington fosse levado para aquela unidade poderia haver morte e rebelião
Risco de linchamento
Assim que Wellington foi preso, na noite desta quarta-feira (13), populares passaram a rondar a delegacia . Nesta quinta-feira (14), durante a apresentação, policiais impediram a entrada populares. O acusado usava colete à prova de balas.
Fonte: Bom Dia Sorocaba
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