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Acusados de obstrução, corrupção e organização criminosa

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O inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Michel Temer, o senado afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado também afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-RJ) aponta indícios de três crimes: organização criminosa, obstrução de justiça e corrupção passiva.

O pedido de investigado foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e aceito por Edson Fachin, ministro do Supremo responsável pela relatoria de casos relacionados à Operação Lava Jato, com base nas informações obtidas pela delação de Joesley Batista, do grupo JBS.

“Foram efetivamente apresentados alguns elementos de prova que indicam a possível prática de crimes por parte do presidente da República, Michel Miguel Elias Temer Lulia, do atual deputado federal Rodrigo Santos da Rocha Loures, do senador Aécio Neves da Cunha e de outras pessoas a eles ligados, mas não detentoras de foro por prerrogativa de função", diz o documento assinado por Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

Para a procuradoria, tanto o senador afastado quando o presidente da República atuaram em conjunto para obstruir investigações.

“Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentro outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio do controle de indicação de delegados da polícia que conduzirão os inquéritos".

Também são mencionados os pagamentos que Joesley Batista realizou a pessoas próximas de Aécio e de Temer, além da conversa gravada pelo empresário com o peemedebista, na qual o presidente dá aval para Batista ‘acertar pendências’ com o ex-deputado Eduardo Cunha, preso e condenado na Lava Jato.

A PGR afirma que Michel Temer estaria interessado em manter o ex-presidente da Câmara “controlado”. “(...) se tornou pública a tentativa de Cunha arrolar o presidente da República como uma de suas testemunhas, fato reconhecido pelo próprio presidente como uma tentativa de constrangê-lo. Depreende-se dos elementos colhidos o interesse de Temer em manter Cunha controlado”.

No anexo 9 com “fatos diretamente corroborados por elementos especiais de prova”, estão detalhados o pagamento de propinas em 2010 e 2012, e o pedido de Temer para o pagamento de um “mensalinho” de R$ 100 mil.

Também diz que, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Temer chamou Joesley para uma reunião em seu escritório em São Paulo para pedir R$ 300 mil, destinados para despesas de marketing político na internet, “pois o mesmo estava sendo duramente atacado no ambiente virtual”.

O inquérito traz uma descrição do encontro gravado em Joesley e Temer, afirmando que “JB procurou tranquilizar Temer sobre o risco de delações: disse que estava “cuidando” de Eduardo Cunha e Lucio Funaro, ao que Temer respondeu: “importante manter isso””.

As informações trazidas pelo inquérito também estão presentes no vídeo abaixo, divulgado hoje:




O documento liberado pelo STF também revela conversas entre Joesley e o deputado Rodrigo Loures, na qual o emprésario afirma: “Eu disse pra Michel, desde quando Eduardo foi preso e ele [Funaro], quem está segurando as pontas sou eu”.

Leia abaixo o anexo que trata dos fatos relacionados à Michel Temer, e, aqui, o inquérito completo do Supremo Tribunal Federal.


Clique na imagem e veja o arquivo completo em formato PDF

Jornal GGN
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