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Na TV, na Câmara, o cenário de confronto

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Quinta-feira Negra para o governo Assis Ramos. Ao vivo, na TV Difusora, o ex-prefeito Sebastião Madeira desdenhou, criticou, rebateu, desmentiu, apelidou e, objetivo-chave da entrevista, declarou guerra aberta ao sucessor.

Nitidamente irritado, olhos esbugalhados, face amarelada, entonação raivosa, Madeira partiu pra cima como um combatente sedento de vingança.

Primeiro, desnudou números divulgados em nota pública emitida pelo atual gestor semana passada, relacionada a supostos débitos e pouca grana deixada nos cofres da Saúde por ele, Madeira. Assis Ramos disse que encontrou dívidas somadas em torno de R$ 37 milhões só nesta secretaria e quantia irrisória no caixa da referida para saldar compromissos com fornecedores e prestadores de serviços.

Com um turbilhão de números envoltos em somas e divisões, Madeira afirmou que a cifra correta era pouco menos que a terça parte dos R$ 37 milhões. De quebra, disse que deixou R$ 10 milhões na Educação.

Listou repasses do governo federal em torno de R$ 90 milhões, nos dois primeiros meses do ano.

E ainda carregou nas definições ao analisar o governo do sucessor, a quem tratou como "parente do Tio Patinhas", que só quer ver quanto tem no saldo da conta.



"Prefeito Assis tem medo de processo, tem medo de tomar decisão, não dá conta de governar Imperatriz".

"Imperatriz não é uma delegacia. É uma grande cidade de gente trabalhadora"

(O mesmo Madeira, na mesma entrevista)


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Na Câmara de Vereadores, antes da entrevista-bomba de meio-dia na TV, o prefeito Assis Ramos também sentiu o gosto amargo do fel da Quinta-Feira Negra.

Vereadores questionaram a legalidade do decreto de emergência na infraestrutura assinado pelo prefeito semana passada. Argumentam a nulidade do ato e as consequências jurídicas da medida visto que a Câmara não foi consultada, via trâmites legais, e, agravante, apenas os buracos não seriam suficientes para decretação do estado de emergência.

Justifica o vereador João Silva, advogado, espécie de líder informal da oposição, que o decreto daria poder ao prefeito de comprar sem licitação, porém não em contratação dos serviços, que teria de ser aprovado pela Câmara, ambos também com prazos de validade temporária.

Saída para o prefeito, apontaram os vereadores, seria a imediata anulação do decreto. Revogação, só em caso de nova lei dispondo sobre as situações em que o prefeito pode decretar o estado de calamidade. Mas isso é outra vertente jurídica, para os entendedores, não para o simplório colunista aqui.

Pra nublar mais ainda o céu da terra arrasada, um 'assessor' próximo ao prefeito, nomeado, virou pauta dos debates. Um não, dois. Mas, digamos, especialmente um. Do outro foi lembrado apenas, de forma irônica, o apelido - um acessório da camisa.

Do primeiro, já conhecido como Ivan, o Terrível, não. Comentaram suposta foto sua, pelado, sentado no vaso sanitário, que circula nas redes sociais, e supostos áudios seus ameaçando adversários (não inimigos) políticos do prefeito.

Ufa! A Quinta-Feira Negra foi tudo.
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