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Tijolaço: A suruba tem pressa

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O senador gaúcho José Pinheiro Machado entrou para a história por sua influência na República Velha e pela frase que teria dito ao cocheiro da carruagem que o conduzia em meio a manifestantes que o hostilizavam: “vamos, nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo”.

A pressa de Michel Temer em nomear, apenas 4 horas depois da votação no Senado, Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal deveria levar a uma releitura da frase de Machado.

Talvez um “não tão depressa que pareça despudor”.

Afinal, a Ministra Cármem Lúcia, mais discreta, já havia marcado para o dia 22 de março – daqui a um mês, portanto – a posse do controvertido Moraes.

Porque a correria?

Recomendar-se-ia, para usar suas mesóclises, um ato discreto, até sem a presença de Moraes, que não tem de assinar nada, pois a a presidente do STF é quem lhe dará posse. E ainda fazendo carinha de sem graça, ao lado do sorriso de Temer.

Como apregoa Romero Jucá, o sincero, é a “suruba para todos”.

A larga testa de Alexandre Moraes, que se emenda a sua calva, tem marcado a ferro o estigma – invisível, mas indelével – se dua submissão ao Planalto, onde, como para conformar a tese de que a morbidez atrai o condenado ao lugar do crime, está seu compromisso de julgador.

Ou talvez para confirmar o que diz, bem humorado, o jornalista Luiz Maklouf Carvalho, no Estadão, ser alguém incapaz de mostrar algum “brilho, à exceção do de sua careca reluzente”.

Fernando Brito, Tijolaço
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