Publicidade
O ruim vira péssimo e a economia vai da queda para o desabamento
A “prévia do PIB”, o IBC-Br, não é desastrosa apenas porque foi de quase meio por cento (0,48%) em um mês.Nem porque é, em números livres da influência sazonal, a pior marca da atividade econômica já registrado desde o início da crise.
E não apenas porque refere-se ao primeiro mês do antes imaginado “trimestre do milagre”, onde a retomada econômica, finalmente, ia começar.
Ela é desastrosa porque se refere a um outubro ainda cheio de ilusões, onde Michel Temer aparecia como “bonito” e “romântico” nos roda-viva da bajulação.
É desastrosa porque se refere a um outubro em que não se imaginava que Donald Trump viesse aí para fazer trepidar as relações mundiais, econômicas entre elas. O início, ontem, do movimento altista da taxa de juros americana, que todos dão como certo vá se repetir ao menos duas vezes no ano que vem tira o espaço igual e contrário nas perspectivas de baixar as daqui, ainda mais no meio de uma crise política. Simples. Pagando mais no que é o padrão de segurança, os mercados inseguros se financiam nesta direta proporção.
É desastrosa porque, mesmo em sonhos de noites de verão, espanta para 2018 qualquer ilusão de expansão econômica do Brasil, porque está claro que nem o “arrasto estatístico” negativo (os economistas chamam de carry over) de 2016 o ano de 2017 irá zerar.
Não é um “blogueiro sujo, quem diz, mas a bajulada Fitch Ratings:
Os resultados do primeiro semestre de 2017 devem ser relativamente fracos, pois a demanda continua enfraquecida em função do fraco ambiente de negócio, das baixas taxas de utilização de capacidade, do elevado endividamento das famílias, das altas taxas de juros e das restrições ao crédito. (Fitch Ratings)Nos últimos títulos dos 99 últimos comunicados da agência sobre empresas brasileira, a expressão negativa aparece 15 vezes, “rebaixa” outras oito. “Eleva”, referindo-se a seus “ratings” de crédito, só quatro.
O navio está fazendo água. E não tem comandante, está sujeito a uma tempestade mundial e, pior, não tem um horizonte que o ajude a navegar.
Fernando Brito, Tijolaço
Comente aqui