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Trump consegue unir Sarney e Flávio Dino

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Adversários emperdenidos, representam o velho e o novo na política do Maranhão. Mas, no episódio da eleição dos Estados Unidos, ambos deram uma trégua essa semana para alfinetar o novo presidente dos Estados Unidos, eleito na terça-feira, 8.

Trump consegue a antipatia de Flávio Dino a José Sarney. Foto: National Review
Trump consegue a antipatia de Flávio Dino a José Sarney. Foto: National Review
No Twitter, o governador do Maranhão @FlavioDino deu um RT no Opera Mundi e claro, pegou Donald Trump em sua semelhança com o ex-presidente Sarney, fundador da mais longa oligarquia a dominar uma região, 50 anos.
Ontem, em O Estado do Maranhão, José Sarney disse que o presidente eleito dos EUA tem o miolo mole! Será?

Coluna do Sarney: Profecias e palpites


Quando ocorreram os atos terroristas que explodiram as Torres Gêmeas, em Nova Iorque, foi um choque para o mundo, e o povo americano tomou-se, justificadamente, de profunda e justa revolta. A reação do presidente Bush, filho, contudo, não foi a melhor e, em vez de um mundo mais seguro, construiu-se um mundo de insegurança e guerras, como a do Iraque, que prossegue até hoje, ampliando-se para uma instabilidade política, que não se apaga e se derrama da Síria até os Emirados Árabes, o Irã e a toda a região do Oriente Médio.

A eleição do Trump não pode, evidentemente, ser comparada àquela tragédia, mas, como o atentado de 11 de setembro, terá grande influência no mundo. Primeiro, será preciso verificar-se se o candidato, com todas as suas afirmações e ideias escatológicas, corresponderá ao presidente investido em suas funções, com as responsabilidades de governar o maior país de nossa comunidade universal. Nessa hipótese, teremos uma catástrofe e um período de grande instabilidade, que mudará toda a política mundial. Podemos aí acrescentar a ocorrência de novos conflitos localizados e a volta de nova guerra, que não será nem fria, nem bélica, mas Guerra Quente, com imprevisibilidade sobre o que pode acontecer. O namoro de Trump e Putin é apenas uma jogada de marketing de campanha, pois os interesses das duas potências nucleares são contrastantes. Assim, a diferença desta nova ordem seria o alinhamento da China com a Rússia, potência nuclear e potência econômica, com um aspecto diferente das outras rivalidades com que estamos convivendo depois da Queda do Muro de Berlim. A visão do Trump não é universal, mas regionalista, isolacionista e introspectiva. É uma contradição o que prega, de fazer renascer o Sonho Americano com a regressão a um Estados Unidos sem imigrantes (e eles foram feitos por imigrantes!), com intolerância religiosa, muros separatistas e renascimento de divergências há muito desaparecidas com seus vizinhos, fazendo ressurgir a política do Big Stick, de Theodore Roosevelt.

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Outra maneira seria o Trump compenetrar-se das suas responsabilidades com o seu país e ser um presidente que exerça sua liderança procurando cicatrizar as feridas de campanha e abandonando a loucura de suas palavras. Esperamos que esta segunda hipótese, do bom senso, prevaleça.

Agora, ao contrário, se suas ideias forem levadas à frente, meu palpite é que acontecerá uma coisa nova, que pode barrá-lo: uma forte reação interna, como já está ocorrendo. Então, veremos os Estados Unidos tornando-se uma América Latina, convulsionada pela opinião pública e inconformada com o resultado das eleições, voltando a seus ideais democráticos.

Deus há de nos ajudar, colocando juízo na cabeça de um miolo mole.

José Sarney
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