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O amor atrofiado e a cegueira de Sarney

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O amor, o apego do ex-presidente José Sarney ao poder é algo que salta aos olhos de qualquer observador em quaisquer partes de planeta. Após perder a eleição para Flávio Dino, em 2014, e ver minguar no Maranhão, em 2016, a influência de sua legenda, o PMDB, pode-se perceber o quando, de fato, esta perda abala o ex-homem forte do estado.

Escreveu Sarney, hoje, em O Estado do Maranhão, com o intuito de atacar o governador, do PCdoB, e o grupo político que o sustenta:
Esse comportamento de pensar que a política é uma guerra é de Lenine. Foi ele e Stalin quem procederam assim.
José Sarney

Uma contradição que pode lhe tirar o título de déspota esclarecido. Pois três parágrafos antes, no mesmo arquivo, pôs a alinhavar:
Na política ele leva a vermos como se materializa, na lembrança da Place de la Concorde, na Revolução Francesa de 1789
José Sarney

A adoração de Sarney pelo poder é mesmo enorme. Confunde a si mesmo e tenta levar seus leitores ao descaminho. Quem lê imagina logo que Lenin e Stalin foram anteriores à Revolução Francesa.

Nem Robespierre e muito menos os noviços de 1915, Lenin ou Stalin são os criadores do ódio na política.
Este ódio visceral ou o amor, o apego, a adoração exagerada e atrofiada do poder é constatado por Aristóteles desde a Grécia Antiga em algumas cidades-estados e deu um nome para isso: oligarquia! Bem antes de Cristo nascer, existiu aqueles que degeneraram à já excludente aristocracia. Roma Antiga roubou dos gregos os seus deuses, o seu sistema político e seus defeitos. Sula foi o primeiro a atravessar o Rubicão e implantar o terror.

Nem parece que o retorno às hostes palacianas em Brasília, com o apoio ao governo do presidente Temer, do seu PMDB,  e a indicação de um seus filhos para um dos ministérios, nada disso é capaz de impedir este tipo de ensaio tentando dissimular à cegueira. Nada pode substituir o amor atrofiado de Sarney ao poder no Maranhão.
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