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Eleições - é bom saber

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É... Pelo jeito, os pobre terão que se contentar mesmo com o "Reino dos Céus"... Porque, aqui na terra, está tudo "dominado". (Edmilson Sanches, Facebook)
Um colega de Comunicação que trabalha em uma das mais de dez emissoras de TV de Imperatriz me fala, chateado e "desesperado" (termo dele):

"Vejo aqui na TV material de campanha de todo mundo. Tem os programas. Tem as inserções. Só não tem material seu. Sou seu eleitor e sofro com isso. Você tem pouco tempo de TV e nem esse está sendo utilizado"

Sanches, candidato a prefeito
Meu colega (e meu eleitor) já sabe o porquê. Para quem não sabe, explico: O horário eleitoral, digamos, é gratuito - mas a produção dos programas que o ocupam não é. É paga. E é um trabalho especializado, criativo, demorado, refinado, cuidadoso. Portanto, é caro.

Um "marqueteiro" de uma das campanhas ricas me disse que só uma fita X-DECAM ele está comprando por mais de R$ 200,00. E cada fita só pode ir, no máximo, com dois programas... e fica, cada fita, retida por 30 dias. É a Lei. Há as TVs que aceitam DVD, mas não a emissora principal, autorizada pela Justiça Eleitoral.

Enfim, são tantos detalhes técnicos e, principalmente, financeiros que envolvem produção de programa, aquisição de equipamentos e materiais, transporte -- na hora exata -- para dezenas de emissoras de TV e rádio, assessoria jurídica, assessoria contábil e financeira, assessoria "política", assessores PN e tanta coisa e gente mais que é necessária uma estrutura de gastos enorme para que tantas coisas e pessoas deem tudo o que podem dar, para que deixem o candidato "em paz" e ele possa apresentar (ou representar) certinho a mensagem, as propostas -- e estas finalmente cheguem às emissoras de rádio e TV e, finalmente, cheguem ao público.

Como bancar isso tudo e mais: material gráfico (à vista, de preferência), adesivações em veículos (mais ou menos R$ 70 cada), carros de som, gasolina, motorista, "cabos" eleitorais, bandeiras, alimentação, bebida, comunicações, aluguel de comitês, foguetes (eu não usaria, nem que tivesse dinheiro)... Sem falar nas despesas "subterrâneas", nas cooptações, nas bandidagens que correm soltas campanhas a dentro e Imperatriz afora...

Fui informado de quanto só um advogado de uma das campanhas milionárias receberá mais ou menos pelos seus serviços à candidatura no período. Meu Deus! Essa remuneração de serviços profissionais, sozinha, já cobriria todas as despesas de uma candidatura pequena...

São tantas as despesas, fica tão cara uma campanha que praticamente inibe certas pessoas de disputarem uma eleição... deixando, assim, tudo com os "ricos" (são tão pobres que só têm dinheiro...).

Aí, o eleitor que não sabe disto vem com aquela história de "candidato fraco" . Mas é melhor, para quem sabe como a vida termina, é melhor ser "fraco" de dinheiro do que de caráter. Tão fraco que, em nome do tal pragmatismo político e de suas próprias ambições, nem titubeia em aceitar a companhia de gente que, pelo amor de Deus!...

Não titubeia em aceitar os "conselhos", a presença e até o discurso de pessoas que, elas sabem, não estão em condição de dar lição de nada a ninguém.

Em nome de ganhar uma eleição, de administrar mais ou menos R$ 4 bilhões no próximo mandato, em nome de olhos brilhante$$$ do dinheiro da indústria de celulose (cerca de R$ 200 milhões), em nome di$$o e algo mais, fazem aquilo que não recomendariam (se não fossem candidatos), dão drible na própria consciência para justificar o injustificável.

Se eleições se ganhassem com a exposição do que ocorre nos bastidores da campanha, com a revelação de certas conversas, o lugar de muitos candidatos seria a cadeia, não o "trono" da Prefeitura... Além de muitos amigos deixarem de ser amigos -- pois a política também é a arte de fazer ex-amigos...

É... Pelo jeito, os pobre terão que se contentar mesmo com o "Reino dos Céus"...

...porque, aqui na terra, está tudo dominado...

Ainda assim, a luta continua.

Eu, pelo menos, não recuo.

Recuar, só se for pra pegar impulso...

Edmilson Sanches, Facebook
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