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Apontar para a cabeça da besta

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Os últimos discursos de Lula foram corretos ao defender as instituições, a legalidade, o papel do PT e os seus governos. É inegável que o Brasil mudou nesses últimos anos, cresceu, incluiu e afirmou sua soberania. O mundo, ou boa parte dele, sabe disso e por isso organiza a campanha #Standwithlula. No entanto, nesse momento, se isso fortalece em parte a defesa, por outra é insuficiente para enfrentar o inimigo.

O problema é que não estamos vivendo uma disputa qualquer pelo poder no país, entre partidos, ou projetos. A mídia, as organizações partidárias, as instituições policiais e do judiciário, capturadas, funcionam como “mariners” de aluguel. A Operação Lava Jato é o Cavalo de Tróia da destruição da democracia e da economia. O seu juiz viaja aos EUA antes de cada decisão adotada para atacar os interesses nacionais.

A presidenta Dilma foi cassada em um julgamento sem provas e o mesmo ocorrerá com o ex-presidente Lula. Não existe mais Lei, mas sim uma ditadura de classe, com sua versão parcial, cruel e vingativa dos fatos. Nada diferente das ditaduras tradicionais, nas quais as leis e as instituições não importam. A apresentação “convicta mas sem provas” dos procuradores na semana passada simboliza essa realidade.

O Brasil está sofrendo uma agressão imperialista comparável às guerras contra o Iraque e a Líbia. É uma guerra de destruição, que pretende inviabilizar o Brasil como Nação soberana. Atacam a infraestrutura, promovem a destruição da indústria e paralisam a Defesa Nacional. Querem afastar o Brasil do BRICS, do Mercosul, romper com o multilateralismo e transformar o país em uma “colônia americana”.

Mas querem mais do isso, apostam em “liquidar” com qualquer pretensão de independência nacional. Condenaram o Almirante Othon para inviabilizar o submarino nuclear e meteram a parcela nacional e produtiva da burguesia na cadeia. Apostam em prender o ex-presidente Lula e, se possível, assassiná-lo para cortar o mal pela raiz. E também extinguir o PT e, com ele, marginalizar todas as organizações de esquerda do país
Já não basta defender, é preciso atacar, e isso exige identificar quem são os verdadeiros inimigos da Nação. Para isso é preciso perceber quem comanda e quais são os objetivos do golpe de Estado. O golpe é americano, ou seja, é dirigido por uma inteligência externa e atende aos seus interesses. As evidências saltam aos olhos desde os primeiros passos, nos idos de 2013. Ou até mesmo antes, quando das escutas da NSA e dos e-mails vazados pelo Wikileaks.

É preciso ajustar os caminhos da luta nesse momento, apontar as nossas armas para a cabeça da besta. O nível de luta em curso impõe construir, rapidamente, uma ampla frente política – popular, nacional e patriótica. Mas uma frente que tenha juventude, mulheres, trabalhadores, padres, empresários e militares. Capaz de expressar um Projeto Nacional, que dê rumo ao país. É difícil isso agora, mas alguém precisa começar.

Fernando Rosa
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