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Allo: Google precisa de uma vitória

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Há quatro meses, os executivos do Google afirmaram que a empresa tinha um novo foco em inteligência artificial.

Nesta terça-feira, 20/09, a companhia lançou o Allo, um aplicativo inteligente de mensagens para iOS e Android. O software usa IA para ajudar os usuários a se expressarem, fazerem mais coisas e encontrarem informações dentro das suas conversas.

Para quem não lembra, o app foi revelado originalmente durante a conferência para desenvolvedores Google I/O, em maio.
Após apostar grande parte do seu futuro na IA, gigante de Mountain View necessita mais do que nunca que o novo app inteligente de mensagens seja um sucesso. Foto: IDGNow
O Allo faz parte de uma nova onda de tecnologias, produtos inteligentes e serviços com IA que o Google espera que ajude a continuar à frente dos seus concorrentes.

“Seja para planejar uma saída à noite ou apenas para colocar a conversa em dia, todos usamos serviços de mensagens para manter contato com amigos e familiares”, afirma o gerente de produtos do Google, Amit Fulay. “Mas muitas vezes precisamos apertar o pause nas nossas conversas – seja para verificar o status de um voo ou procurar por um novo restaurante. Por isso, criamos um app de mensagens que te ajuda a manter a conversa, ao fornecer assistência quando você precisa.”

O Google Allo é o primeiro aplicativo de mensagens da gigante que usa IA para aprender como os usuários gostam de se comunicar e experessar. Por exemplo, com um app inteligente de mensagens, se um amigo envia uma foto de um carro novo, o Allo te oferece diversas respostas possíveis, como “Lindo carro!” ou “Vamos dar uma volta”.

Durante o Google I/O, a empresa de Mountain View também revelou o Assistant, um assistente virtual, além do aparelho Google Home e do app de videochamadas Duo.

O Allo também inclui o Assistant, e pode oferecer sugestões como emojis para você enviar juntamente com respostas em uma conversa. Vai falar com os amigos sobre o grande jogo da semana? O Assistant pode buscar por números das equipes, pelas datas das próximas partidas, fotos dos jogadores e outras informações.

“Esse é um momento crítico em que estamos com a companhia. Apenas não é o bastante dar links para as pessoas. Precisamos ajudá-las a fazer as coisas no mundo real. Estivemos estabelecendo a base para isso por muitos e muitos anos”, explicou o CEO do Google, Sundar Pichai, durante o Google I/O, em maio.

Então o lançamento do Allo significa que o Google está a caminho do sucesso com o seu road map de IA?

“É muito importante para o Google, uma vez que a empresa apostou todo o seu futuro em IA”, aponta o analista da Moor Inshights, Patrick Moorhead. “O CEO Sundar Pichai afirmou durante o I/O que a companhia não é mais uma empresa mobile, mas uma empresa de IA. O Allo precisa se sair realmente bem. Eles estão no palco aqui.”

O analista do The Enderle Group, Rod Enderle, afirma que o Allo poderia ser um avanço para os serviços de mensagens, assim como para o Google. Mas que também traz alguns riscos.

“A vantagem competitiva (do app) é a engine de IA, mas a IA é jovem e, por enquanto, mal treinada, como um bebê em um avião. No geral, mais irritante do que benéfico no momento. Você precisa começar em algum lugar”, diz.

Para o analista independente, Jeff Kagan, a combinação do Allo de app de mensagens com IA é promissora.

“O app cria um novo playground fértil cheio de potencial de crescimento. Com isso dito, parece muito intrusivo. Para os usuários aproveitarem a IA, eles precisam dar ao Google permissão para explorar seus aparelhos e desvendar todo contato, mensagem e informação pessoal das suas vidas.”

Com as vantagens de uma tecnologia inteligente e as desvantagens do que alguns estão chamando de tecnologia intrusiva, o app não é um vencedor certeiro.

“Isso é tanto uma mistura de coisas super legais quanto de tecnologia que invade a privacidade”, afirma Kagan, notando que mesmo assim pode vir a ser um aplicativo popular. “Os usuários de meia-idade lembram da privacidade e sentem falta dela. Mas os mais jovens nasceram neste mundo sem privacidade. Por isso, não se importam tanto.”

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