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Roda Viva: Marco Aurelio de Mello sobre abusos da justiça

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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurelio Mello, foi o convidado do programa Roda Vida de ontem (4). Ele falou sobre a atuação do poder judiciário nos recentes escândalos de corrupção, fazendo um contraponto ponderado aos clamores da mídia e da população.

Para o ministro, há “algo errado no grande número de delações premiadas” que vêm sendo fechadas na Operação Lava Jato. “"Nunca vimos um número tão grande de delações. Não é aceitável que se mantenha o cidadão preso temporariamente por tanto tempo para que ele faça uma delação. Alguma coisa errada está havendo", afirmou.

Ele disse que seu ponto de vista é de cientista do direito e defensor dos princípios constitucionais. “Não compreendo alguém ser enviado ao xilindró e mantido lá até haver delação premiada. Não estou pressupondo que haja invencionice dos delatores, ou melhor, dos colaboradores do Judiciário, o que não compreendo é que se prenda invertendo o princípio constitucional, que se prenda para fragilizar o ser humano e ele vir a delatar. Sob minha ótica científica, isso está acontecendo”, explicou.

Ele também comentou o vazamento das interceptações telefônicas envolvendo o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. "A divulgação é condenável a todos os títulos, já que temos uma legislação que impõe sigilo, e houve divulgação do objeto da interceptação telefônica. Agora, o conteúdo também é algo super desagradável, para dizer o mínimo", afirmou.

"Cometida a divulgação pelo cidadão comum é um crime, e há pena prevista para esse crime na própria lei de regência. Por magistrados, por um juiz da causa, evidentemente se tem aí um erro de procedimento, e que deságua em uma sanção no campo administrativo", completou.

Abaixo, a íntegra da entrevista do ministro:

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