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PMDB está como sempre esteve: dividido, diz @FlavioDino

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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB)
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que lidera linha defesa de Dilma contra o impeachment. Foto: UOL
Há de outro lado interesses de oportunistas que imaginam que derrubar a presidente seja caminho para parar a Lava Jato. Visam se proteger exatamente atacando a presidente, sobre a qual não pesa qualquer acusação. (Flavio Dino, UOL)
Em Entrevista ao Universo On-line, republicada pela Aldeia, o governador do Maranhão compara o desembarque do PMDB do governo com a Batalha de Itararé, aquela que jamais existiu embora fosse amplamente noticiada:

UOL - Como o senhor viu o desembarque do governo do PMDB, partido que abriga seus maiores rivais políticos no Maranhão, em plano federal?
Flávio Dino - Não está muito claro esse desembarque, está meio parecido com a Batalha de Itararé, aquela que não houve. Foi noticiado, mas ainda não se consumou e não se sabe o que acontecerá. Parece-me importante que haja uma parte do PMDB que se mantenha próxima ao governo. É uma tendência, ajuda em momento de crise. Evidentemente, a consequência que se verifica é que uma parte do PMDB que consumou o desembarque permite que haja ampliação da base parlamentar do governo -- o que eu acho bom. O PMDB está como sempre esteve: dividido sobre os principais temas do país.

O senhor acredita que coalizões como esta entre PT e PMDB esvaziam ou atravancam os próprios projetos políticos?
É difícil discutir isso abstratamente, como uma tese genérica, porque cada país tem uma história, uma formação. Se você olhar a Alemanha, verá uma coligação que a governa há mais de uma década. Na experiência chilena, tem a Concertación Chilena. No Uruguai, a Frente Ampla, que governa há muito tempo e é uma aliança de vários partidos. Já o sistema norte-americano é diverso, por uma série de razões.

No caso brasileiro, considerando nossa extensão territorial, imensa desigualdade regional e social, a complexidade cultural que o país tem e o fato de nós não termos um sistema de partidos sólido, secular, como de outros países, é inevitável que tenhamos por um lado uma democracia pluripartidária, com muitas expressões institucionais, e tem sido assim desde a redemocratização, e decorrente deste fato a automática necessidade de pactos entre vários partidos. Tem sido assim desde os anos 1980 e continuará a ser por bastante tempo. Isso decorre de uma necessidade sociológica e histórica do país.
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