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Morre Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi

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Morreu nesta quinta-feira (15) o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, considerado um dos protagonistas dos métodos de tortura durante a ditadura militar no Brasil. Com 83 anos, o comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo, no período de 1970 a 1974, havia sido internado no Hospital Santa Helena, em Brasília, para tratamento de um câncer. De acordo com a família, o militar fazia quimioterapia e estava com a imunidade baixa.
Ustra
Ustra implantou tortura, aponta MPF. Foto: CPDocJB
No dia 23 de abril, ele chegou a ser encaminhado para a UTI do Hospital das Forças Armadas com suspeita de infarto.

O DOI-Codi foi o órgão utilizado pela ditadura para reprimir manifestações políticas contrárias ao regime de exceção.

No início deste mês, a Justiça Federal em São Paulo havia rejeitado a denúncia do Ministério Público Federal contra o coronel, acusado de envolvimento no assassinato do militante comunista Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e torturado nas dependências do Destacamento de Operações e Informações do 2º Exército (DOI), na capital paulista, em dezembro de 1972.

Nos últimos anos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vinha questionando, no Supremo Tribunal Federal (STF), a abrangência da Lei da Anistia, pela inclusão de militares e policiais torturadores entre os anistiados. No argumento da OAB, crimes contra a humanidade praticados por agentes da administração pública não prescrevem.

Em 2013, em depoimento à Comissão da Verdade, o ex-servidor do DOI-Codi e ex-sargento Marival Chaves afirmou que Ustra era "o senhor da vida e da morte" e escolhia quem iria viver ou morrer.

"Um capitão era naquela ocasião senhor da vida e da morte. Não tenho dúvida que ele torturava, porque ele circulava pela área de interrogatório, especialmente quando tinham presos importantes sendo interrogados. Eu o vi lá, por exemplo, na antessala do interrogatório, aguardando o momento de serem chamados o Wladimir Herzog e Paulo Markun (jornalista)", relatou Chaves.

Jornal do Brasil
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