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Vídeo: James Foley tem carta divulgada pela família

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James Foley
Mãe de James Foley espera que "a sua morte brutal seja um despertar para o Mundo"
Expresso

Lisboa, Portugal. A família de James Foley, capturado em 2012 e executado na semana passada pelo Exército Islâmico na Síria, revelou publicamente uma carta que o jornalista norte-americano mostrou a um colega prestes a ser libertado pelos jihadistas. O homem, cuja identidade não foi revelada, memorizou a carta e recitou-a à mãe de Foley, Diana, por telefone.

Apesar da chamada ter ocorrido em junho, só agora a família decidiu torná-la pública num post da página de Facebook "Free James Foley". Na carta, Foley começava por dizer que se lembra "de tantos bons momentos em família que me levam para fora desta prisão. Sonhos de família e amigos levam-me e o meu coração enche-se de alegria." Foley enumera na sua carta, alguns desses momentos passados em família em amigos.

O falecido jornalista detalhou também o seu quotidiano com os outros 17 reclusos, com quem falava sobre cinema ou desporto, jogava formas improvisadas de damas e xadrez e tinha sessões de aprendizagem que o ajudavam "a passar o tempo". Escreveu Foley que estas atividades "têm sido uma grande ajuda. Nós repetimos histórias e rimo-nos para quebrar a tensão."

A carta demonstra que a execução não parecia estar iminente, especialmente quando Foley informa que os prisioneiros estavam a ser melhor alimentados e que ele até já tinha recuperado o peso perdido. O jornalista terminava a carta com uma nota de esperança, dirigindo-se à sua avó, a quem pedia: "Mantém-te forte porque eu vou precisar da tua ajuda para recuperar a minha vida."

James Foley

Celebração da vida de James

Neste domingo, a família e os amigos de Foley reuniram-se em Rochester, no estado de New Hampshire, numa jornada que serviu para celebrar a sua vida e rezar pela segurança de outros reféns do Exército Islâmico. Também compareceram na missa vários sírio-americanos da comunidade muçulmana local, que no dia anterior tinham feito uma homenagem a Foley pelos seus esforços em relatar os acontecimentos na Síria.

Diane e John Foley, os pais de James, prometeram criar uma fundação de caridade em nome do filho para dar proteção a jornalistas freelancers a trabalhar no terreno.
Diane disse à agência AFP, a propósito do evento, que "muitas pessoas estão a sofrer no Médio Oriente neste momento e há muitos reféns aprisionados, por isso esta é uma missa para todos aqueles que esperam pela paz".

Já o marido disse que a família estava a rezar pelos reféns sobreviventes, mas em especial por Steven Sotloff, esperando que "algo possa ser feito que evite que tenha o mesmo fim que Jim".

Na semana passada, o Exército Islâmico lançou um vídeo no qual um dos seus elementos degolou James Foley como retaliação aos ataques aéreos que os EUA fizeram sobre as suas posições. O vídeo acaba com o mesmo jihadista a agarrar o jornalista Steven Sotloff e a prometer o mesmo fim se os EUA não pararem com os bombardeamentos.

Como foi reportado ontem, os serviços secretos britânicos estão cada vez mais perto de revelar a identidade do carrasco de origem britânica, conhecido por outros extremistas como "Jihadi John". Até agora, um dos principais suspeitos é Abdel-Majed Badel Bary, de 23 anos, que abandonou a casa da família no bairro londrino de Maida Vale, na zona oeste da capital britânica, em 2013.

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