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Não sou influente, afirma criador do 4Chan

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Christopher "moot" Poole criou a rede de comunicação online anônima em 2003, quando tinha apenas 15 anos

O criador do fórum 4Chan, o americano Christopher Poole, ou “moot” como é conhecido pela comunidade de usuários do site, foi a principal atração da noite de quinta-feira (18) do YouPIX, festival de cultura web que terminou em São Paulo.

Criado em outubro de 2003 quando moot tinha apenas 15 anos, o fórum se tornou o principal foco de origem de cultura inútil da rede. Foi de lá que saíram memes clássicos com o Ricky Roll e as LOL cats.

Defensor do anonimato online (o 4Chan permite que os usuários publiquem imagens e mensagens sem se identificarem), moot deixou o anonimato em 2008, quando sua identidade foi revelada por um artigo do Wall Street Journal.

No mesmo ano, ele foi eleito, por meio de votação popular feita pela revista Time, a pessoa mais influente do ano. Os fãs do 4Chan se mobilizaram por meio do site para que ele vencesse a competição.

“Não me considero influente. Algumas comunidades e fóruns do site podem influenciar algumas pessoas, mas eu mesmo sou uma pessoa comum. Eles nem me tratam com respeito”, afirmou ele, fazendo referência aos tuites engraçados enviados pelo público e exibidos em monitores da sala.

Questionado sobre a importância do anonimato online, uma de suas bandeiras atuais, o jovem de 23 anos diz que não é contra o Facebook, apenas discorda da necessidade de uma identidade virtual verificada que empresas como o Google tentam impor. “Se você compartilhar no Facebook as coisas que você vê no 4Chan, provavelmente, seus amigos irão ocultar suas atualizações”, disse ele.

Segundo ele, a ficha que o 4Chan tinha se tornado algo grande caiu quando oficiais do FBI o procuraram pela primeira vez. Assim como Mark Zuckerberg, moot também usa tênis, jeans e camiseta preta. Porém, aparenta ser muito mais descontraído que o CEO do Facebook.

Nova aposta
No momento, moot está envolvido com sua nova Startup, a Canv.as , espécie de 4Chan com recursos para a edição online de imagens. Para tocá-la, ele recebeu um aporte de 3 milhões de dólares. “No começo, as pessoas achavam que o que fazemos é idiotice. Mas se você pegar o I Can Has Cheezburguer, verá que eles faturam 20 milhões de dólares por ano”, explicou.

Mesmo com esse histórico de celebridade do mundo digital, o jovem se surpreendeu com a receptividade dos brasileiros. “Nos Estados Unidos, quando participo de conferencias, falo para 20 pessoas na plateia. Aqui vocês são mais calorosos”.
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