-->

Lula faz maratona pró-Haddad e recebe três pré-candidatos do PT

Publicidade
por Marina Dias

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reservou a tarde desta segunda-feira (22) para conversar com três dos cinco pré-candidatos do PT à Prefeitura de São Paulo. Os encontros serão no Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, região sudeste da capital paulista. O primeiro a ser recebido será o deputado federal Jilmar Tatto, às 14h30.

Em seguida, será a vez do também deputado federal Carlos Zarattini, às 16h30. Por fim, a conversa mais delicada será com a senadora Marta Suplicy, prevista para as 18h. Ao escolher os horários das reuniões, o próprio ex-presidente disse para um de seus assessores: "É melhor que o intervalo seja grande, para que nenhum dos três se cruze por aqui".

Lula preferiu não receber o senador Eduardo Suplicy, outro pré-candidato do PT. O ministro da Educação, Fernando Haddad, apadrinhado do ex-presidente para as eleições do próximo ano, também não estará na agenda desta segunda-feira. De acordo com dirigentes do PT, Lula usará os encontros para tentar convencer os colegas de partido de que apoiar Haddad, um nome novo e com apelo junto à classe média, é a melhor alternativa.

A grande expectativa fica em torno da conversa entre Lula e Marta Suplicy em razão dos boatos de que a senadora estaria prestes a desistir de sua pré-candidatura, os quais ganharam força durante o fim de semana, quando a senadora não apareceu em três compromissos de pré-campanha, incluindo duas caravanas do PT - na Lapa e em Pirituba. Segundo dirigentes petistas, Marta deve oficializar a desistência de concorrer nas eleições de 2012 após a reunião com o ex-presidente.

No sábado (20), mesmo com a ausência da senadora nas agendas da pré-campanha, sua assessoria negava que Marta teria desistido de concorrer à preferência dentro do PT. Parlamentares ligados ao grupo de Marta, como o deputado estadual João Antonio, também negavam a possibilidade de a senadora ter aberto mão da candidatura. Até o início da noite de domingo (21), ela ainda não tinha comunicado sua decisão a nenhum dos apoiadores de sua pré-campanha. A maior parte dos dirigentes do PT em São Paulo também foi pega de surpresa, pelo menos neste momento, e avaliam que "o processo ainda está muito no início para alguém abandonar o barco, ainda mais Marta".

Na última quarta (17) e quinta-feira (18), a senadora conversou sobre as eleições do próximo ano com a presidente Dilma Rousseff que, assim como Lula, tem preferência pelo nome de Haddad para a corrida pela prefeitura de São Paulo. Marta já havia percebido que estava isolada politicamente dentro do PT, sem apoio de nenhum dos onze vereadores petistas da capital e com poucos dirigentes ao seu lado. "Ela fez as contas, fez todas as checagens com as lideranças do PT e viu que não teria apoio para vencer as prévias e, depois da conversa com a Dilma, percebeu que sua candidatura era inviável", disse um dos petistas.

Em Brasília, o empresário Márcio Toledo, namorado e conselheiro de Marta Suplicy, já havia comentado com pessoas próximas que a senadora estava "buscando uma saída ou espaço no governo" antes de tomar uma decisão final. Durante a semana, Marta chegou a telefonar para a presidente do Diretório Zonal do PT em Pirituba, Sônia Maria Barbosa e Silva, onde teria agenda no sábado (20), e questionou sobre o apoio à sua candidatura. Sônia mostrou preferência por Haddad e escutou do outro lado da linha uma Marta decepcionada. Era um prenúncio, avaliam alguns.

Fonte: Terra Magazine
Advertisemen