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Disque-denúncia recebe mais de 40 ligações com pistas sobre assassinato de juíza no Rio de Janeiro

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O disque-denúncia da Polícia Civil do Rio de Janeiro contabiliza nas últimas horas um total de 42 ligações de pessoas que querem repassar informações sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli. Na manhã deste sábado, o chefe do serviço, Zeca Borges, falou sobre os dados com outras autoridades em uma reunião na sede da Delegacia de Homicídios do Rio para tratar dos próximos passos da investigação.

Segundo Borges, antes do crime havia 37 denúncias protocoladas no disque-denúncia relacionadas ao trabalho da magistrada, conhecida por condenar e prender Policiais Militares e suspeitos de integrar milícias. Patrícia foi morta com 21 tiros na noite de quinta, na porta de sua casa em Niterói, na região metropolitana do Rio. O conteúdo das informações obtidas no disque-denúncia é mantido em sigilo.

Até agora, 18 pessoas foram ouvidas no inquérito sobre o primeiro caso de execução de um juíz da história do Estado do Rio de Janeiro. Companheiro de Patrícia, o policial militar Marcelo Poubel, prestou depoimento durante mais de seis horas na DH na última sexta-feira. Cerca de 20 policiais civis estão nas ruas procurando pistas dos assassinos da magistrada.

Prisões de policiais
Em setembro de 2010, a juíza determinou a prisão de quatro PMs de Niterói e São Gonçalo acusados de integrar um grupo de extermínio. Já em janeiro deste ano, ela decretou a prisão de seis policiais acusados de forjar autos de resistência (morte em confronto com a polícia).

A juíza ainda decretou em 2008 a prisão preventiva do ex-vereador Edson da Silva Mota, o Mota da Copasa, e os filhos, André de Abreu Mota e Edson de Abreu Mota, suspeitos de integrarem a máfia de vans em São Gonçalo. Eles recorrem ao processo em liberdade.

Na última terça-feira, ela condenou o oficial da PM Carlos Henrique Figueiredo Pereira a um ano e quatro meses de detenção, em regime aberto, pela morte do jovem Oldemar Pablo Escola Faria, de 17 anos, ocorrida em setembro de 2008. E, um dia antes de ser assassinada, ela decretou a prisão preventiva de dois policiais do 7º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Rio, Carlos Adílio Maciel e Sammy dos Santos Quintanilha, acusados de forjar um auto de resistência no dia 5 de junho.

Sem portão eletrônico
Patrícia Acioli começou a carreira na magistratura como defensora pública em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Na época, segundo o primo Humberto Nascimento, ela teve o carro metralhado.

Apesar de viver constantemente ameaçada em função da profissão, Patrícia tinha hábitos comuns. "Ela estava tão despreocupada que não usava carro blindado. A casa não tem portão eletrônico. Ela saía do carro para abrir o portão", lembra o primo. "Era uma guerreira combativa, corajosa ao extremo, vibrante e obstinada por justiça", desabafou um amigo, sem conter as lágrimas.

Fonte: Terra Brasil
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