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Cruzamento de dados demonstra: blogs começam a superar jornais

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Deu no Blog Jornalismo B

por Alexandre Haubrich

Na última semana uma pesquisa da CNT/Sensus sobre a popularidade da presidenta Dilma Rousseff apurou também a força da blogosfera e das redes sociais. Segundo relatou o Blog do Miro, “dos entrevistados, 16% disseram recorrer “sempre” aos blogs de notícias – cerca de 21 milhões de brasileiros; e 12% disseram recorrer “às vezes” – cerca de 16 milhões”.

Os resultados são positivos e expressivos. Mesmo sem o Plano Nacional de Banda Larga posto em prática, a internet avança pelo país e os blogs começam a firmar-se como fonte de informação. Os 21 milhões de brasileiros recorrendo “sempre” aos blogs de notícias são ainda mais relevantes se lembrarmos que a Associação Nacional de Jornais comemorou recentemente o recorde de circulação de jornais no Brasil, com uma média, no primeiro semestre, de pouco menos de 4,5 milhões circulando diariamente. Costuma-se estimar que cada exemplar seja lido por quatro pessoas. Ou seja, são 18 milhões de leitores de jornais diários contra 21 milhões de brasileiros que recorrem sempre aos blogs para se informar. Esse cruzamento de pesquisas não permite inferir que há mais leitores de blogs do que de jornais, o que não o torna menos significativo.

Certamente não há um blog que possa concorrer com os leitores da Folha de S. Paulo, o jornal de maior circulação, e nem é bom que haja. A lógica da blogosfera não é nem deve ser a concorrência entre os espaços, mas sua complementaridade e mútua alimentação. É justamente nas linkagens, nas referências e nas indicações de lado a lado que todos os blogs noticiosos / políticos crescem juntos. É no crescimento de um que crescem todos, e no crescimento de todos que cresce cada um.

Infelizmente a televisão ainda é totalmente dominante. O entretenimento – sempre alienante, na programação das emissoras de televisão com sinal aberto no Brasil – puxa a audiência dos telejornais. A alienação aberta salva a audiência da manipulação disfarçada de informação. Mas, aos poucos, com o aumento do acesso a computadores particulares, há também a tendência à destinar-se menos atenção à televisão, mesmo que ela esteja ligada. A concentração primária pode passar à tela do computador, aos blogs e às redes sociais.

A tarefa, nesse contexto, é aprimorar as formas de integração entre os blogueiros comprometidos com uma nova comunicação, uma comunicação popular e independente. Também é tarefa fundamental desvincularmo-nos das práticas da mídia tradicional. Para construirmos a transição do velho ao novo modelo de comunicação precisamos primar pela horizontalidade, pluralidade e comprometimento com as causas populares e com a absoluta transparência. Há ainda outras dificuldades e outras tarefas, muitas delas já comentadas em outros posts aqui mesmo do Jornalismo B. Estamos avançando. É hora de aprofundar e radicalizar esses avanços.
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